Paleontologia e Paleoambiente
Nas proximidades da aldeia da Penina, numa virada a sul da Rocha da Pena, foram encontradas diversas jazidas de fósseis de animais que viveram na parte final do período Triássico, há cerca de 227 milhões de anos. Entre estas encontra-se a jazida dos Metoposaurus algarvensis, grandes anfíbios extintos que viviam nos lagos e cursos de água que existiam no território nesse tempo geológico. Estes animais alimentar-se-iam principalmente de peixe e estavam muito dependentes da água para sobreviver. Mas por vezes, os lagos onde os Metoposaurus viviam sofriam com grandes episódios de seca, evaporando gradualmente até desaparecer. À medida que os lagos e charcos diminuíam, os Metoposaurus iam-se concentrando nos últimos restos de água, onde acabavam por morrer em grande número, se á água se evaporava totalmente, dando assim origem a jazidas com elevadas concentrações de fósseis numa pequena área, ou “bonebeds”, como a que foi descoberta perto da Penina, onde se encontra muito material cranial e pós-cranial de dezenas de indivíduos. No entanto, a melhor forma de conhecer o Metoposaurus algarvensis, é visitar o Museu Municipal de Loulé, onde se encontra exposto um exemplar de um crânio desta espécie única.
Entre o material fóssil encontrada nesta jazida, destaca-se, também, o primeiro fitossauro identificado na Península Ibérica, um réptil predador que faz superficialmente lembrar um crocodilo e teria partilhado o seu ambiente com os Metoposaurus (e também em exposição no Museu Municipal de Loulé), e uma grande quantidade de placas da carapaça e um crânio de um placodonte henodontídeo, um réptil superficialmente semelhante a uma tartaruga que viveria em llagos e lagos salobras do Triássico. Os henodontídeos eram conhecidos apenas de Lustnau, Alemanha, e El Atance, Espanha, antes desta descoberta.

Localidade: Rocha da Pena, Salir - Benafim