Paleontologia e Paleoambiente
O Planalto do Escarpão eleva-se a 130 metros de altitude, sendo atravessado pela Ribeira de Quarteira. Nas margens da ribeira, pode-se observar diferentes camadas de rochas sedimentares calcárias que nos contam a história geológica de ambientes antigos mares tropicais que existiram ali.
Este local tem grande interesse geológico porque preserva o registro mais completo do Jurássico Superior (entre 161 e 145 milhões de anos atrás) do centro e leste do Algarve. As suas rochas são principalmente calcários e estão repletas de fósseis de animais marinhos que habitaram os oceanos daquela época, entre estes observam-se belemnites (parentes antigos das lulas), amonites (parecidos com os atuais náutilos) e vários tipos de moluscos e corais. Além desses fósseis visíveis a olho nu, também existem microfósseis que auxiliaram os cientistas a identificar as diferentes idades geológicas e as condições ambientais de deposição destas camadas. Os fósseis indicam que os calcários do planalto do Escarpão depositaram-se numa plataforma carbonatada de baixa profundidade em mares tropicais.
Além da sua importância geológica, o Planalto do Escarpão também tem um papel essencial na recarga subterrânea dos vários sistemas de aquíferos do Algarve, como é, por exemplo, o aquífero de Albufeira-Ribeira de Quarteira, um importante reservatório subterrâneo de água. No Planalto do Escarpão
Os vestígios da ocupação humana na região também são visíveis, com antigos muros de pedra seca, canais de irrigação (levadas) e pequenas represas (açudes) que mostram como as pessoas souberam aproveitar os recursos naturais ao longo do tempo.
Ao olhar para sudoeste, do Castelo de Paderne, pode-se ver o relevo do Planalto do Escarpão e algumas das suas impressionantes camadas de rochas calcárias, expostas ao longo do vale erodido pela Ribeira de Quarteira. Um percurso ao longo do Planalto do Escarpão é um verdadeiro mergulho num mar tropical do Jurássico Superior!

Localidade: Escarpão - Albufeira
Coordenadas: 37.157263, -8.199993